Um dia após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovar o pedido de fusão do DEM com o PSL, possibilitando a criação do União Brasil, Luciano Bivar, presidente nacional do novo partido, avançou em tratativas com o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, em torno da criação de uma federação ou de um projeto comum para corrida presidencial.
Bivar reuniu-se, na manhã desta quarta-feira (09), de forma virtual, com o dirigente tucano. A conversa se deu um dia após Luciano ter se debruçado também sobre nova rodada de diálogo com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi.
Todas essas costuras giram em torno da disputa pelo Planalto. O detalhe é que, com os emedebistas, a negociação do União Brasil já havia se consolidado. Com o PSDB, o diálogo esbarrara na variável João Doria.
Em outras palavras, no ninho tucano, a posição do governador de São Paulo vinha sendo apontada como difícil de reverter.
Com seu nome legitimado em prévias para concorrer à Presidência da República, Doria não estaria disposto a deixar o páreo, mas, no PSDB, nos últimos dias, cresceu um movimento, nos bastidores, destinado a fazer ele recuar.
Se, na semana passada, à coluna, Bivar revelara, em primeira mão, que o União Brasil e o MDB tinham decidido ter uma candidatura única, mas não havia, ali, adesão do tucanato à composição, ontem, o dirigente nacional do União Brasil adotou tom mais otimista sobre atrair os tucanos.
Após tratar do tema com Bruno Araújo e com Baleia Rossi, à coluna, Bivar relatou o seguinte: "Ambos estão dispostos a zerar o processo em torno de uma candidatura única".
E detalhou: "Estive, ontem (terça-feira), com Baleia Rossi e, hoje (quarta-feira), com Bruno Araújo. Vamos sentar à mesa e vamos estabelecer critérios em torno de uma candidatura única".
Na semana passada, ao revelar o entendimento com o MDB, Bivar advertira o seguinte: “Se o PSDB quiser zerar o processo sem sair com uma candidatura determinada, tudo bem. Isso serve para o MDB e pra nós. Todo mundo deve estar disposto a contribuir com a composição da chapa em qualquer posição”.
A disposição do PSDB, agora, parece mais nítida. "Bruno propôs sentarmos à mesa os três, eu, João Doria e Simone Tebet". Bivar faz referência aos três nomes, do União Brasil, PSDB, e MDB, respectivamente, cotados para encabeçarem uma chapa na corrida pelo Planalto. A data dessa reunião, ele informa, ainda será marcada.
DAY AFTER
A conversa de Luciano Bivar e Bruno Araújo se deu, ontem, no day after do encontro promovido, em Brasília, por caciques do PSDB que defendem uma saída de João Doria do páreo. Nomes como Aécio Neves, Tasso Jereissati, o ex-senador José Aníbal e o governador Eduardo Leite, derrotado nas prévias do partido, foram à mesa na casa do ex-ministro Pimenta num movimento pró-recuo de Doria. No debate sobre alternativas, consta um apoio a Simone Tebet, cujo MDB já está alinhado ao União Brasil e a Bivar, que tem nome cotado para compor chapa.
Termômetro > Nas hostes tucanas, há um sentimento de que João Doria já está flexível a deixar o páreo presidencial à medida que, em entrevista à CNN na última quinta-feira (03), afirmou que se submeteria à deliberação de uma federação com o MDB e considerou ser “cedo” para “afirmações de um lado e de outro” sobre chapa. Ontem, no entanto, ele chamou o encontro em favor de sua saída do páreo de “jantar de derrotados”.
Calendário > No Palácio do Campo das Princesas, nesta quarta-feira (09), predominava um sentimento de que o nome do candidato ao Governo do Estado ainda pode demorar a ser anunciado por Paulo Câmara. Se antes o anúncio estava previsto para o final desta semana, agora, fontes recorrem a um "sem previsão".
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