A “maldição” dos ex-prefeitos do Recife

 

Da coluna Radar político do Blog Ponto de Vista

Dos prefeitos recifenses eleitos após a redemocratização, apenas Joaquim Francisco e Jarbas Vasconcelos venceram eleições subsequentes para cargos majoritários, seja de governador de Pernambuco ou Senador. Os demais ou caíram no ostracismo ou seguem na política, mas sem tanto destaque.

Jarbas foi eleito prefeito em 85, assumiu e cumpriu mandato de 86 a 88. Disputou o governo em 1990 e perdeu para Joaquim Francisco. Por sua vez, Joaquim Francisco foi eleito prefeito em 88, assumiu em 89 e ficou no cargo até abril de 90, ano em que disputou o Governo do Estado e foi eleito governador.

Jarbas Vasconcelos foi eleito prefeito em 92 e cumpriu mandato de 93 a 96, sendo eleito governador em 1998 em uma vitória sobre o então governador Miguel Arraes. Governou Pernambuco de 1999 a março de 2006, quando saiu para concorrer ao Senado e deixou Mendonça Filho em seu lugar

Agora, vamos os que colecionaram insucessos. Roberto Magalhães, que já havia sido governador, mas biônico, sequer disputou novo cargo majoritário depois de 2000, quando perdeu a reeleição à PCR para João Paulo. Doutor Roberto só alcançou depois disso mandatos proporcionais. Foi eleito deputado federal com 204 mil votos em 2002 e reeleito com 106 mil votos, em 2006, resultado que o desanimou e o levou à decisão de não concorrer a nenhum cargo mais.

João Paulo, que poderia ter vencido a eleição de governador em 2006, se tivesse concorrido, também colecionou insucessos majoritários após a sua passagem pelo Executivo recifense. Apesar de ter sido eleito deputado federal em 2010, disputou o Senado na chapa de Armando Monteiro em 2014, quando perdeu.

Em 2012, perdeu a eleição no Recife como candidato a vice de Humberto Costa. Quatro anos mais tarde, nova derrota para PCR, desta vez para Geraldo Júlio. Em 2020, João Paulo se “mudou” e perdeu para o Professor Lupércio a corrida pela Prefeitura de Olinda.

Seguimos para um desastre chamado João da Costa. Impedido pelo PT de disputar a reeleição, em 2012, concorreu à Camara Federal em 2014, quando ficou na suplência. Também foi suplente de vereador, em 2016, suplente de deputado estadual, em 2018, e suplente de vereador, em 2020.

Por fim, chegando ao improvável Geraldo Júlio, que tinha tudo para ser o candidato do PSB a sucessor de Paulo Câmara depois de duas passagens pela Prefeitura do Recife. Mas decidiu não concorrer alegando motivos familiares e reforçando a tese de que prefeito do Recife quase nunca vira governador quando deixa o Palácio do Capibaribe.

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