Cristo da Serra do Olho d´Água em São José do Belmonte e sua Historia


A criação de gado levou os colonizadores a ocupar terras no vasto sertão nordestino, quando isto aconteceu muitos conflitos foram gerados com os índios seus primitivos proprietários.
Os índios da Serra do Olho d´Água na Comarca de Pajeú de Flores, foram sempre encarados como inimigos e acusados de dificultarem o povoamento e desenvolvimento da região. Com o objetivo de liberar a área para novos ocupantes, o presidente da Província de Pernambuco autorizou em decreto o aldeamento dos mesmos na Missão da Baixa Verde, para isso, foi para ali enviada uma expedição sob o comando do capitão Simplício Pereira da Silva, afim de conseguir a pacificação e conseqüente aceitação dos mesmos nos ensinamentos religiosos. Entretanto, revoltados com a nova situação, diante da regra imposta, alguns índios entupiram com pedras o olho d’água que dá nome a lendária serra, e que, curiosamente até hoje ninguém nunca conseguiu desentupir. Em decorrência da retirada dos índios da Serra do Olho d’Água, por muito tempo perdurou uma lenda que sobre o local pairava a maldição de um pajé. Durante muito tempo fenômenos estranhos aconteciam no local: gado que desaparecia sem vestígios, cachorros que latiam desesperadamente, incêndios nas roças inesperadamente; então certo dia, o coronel José Pires Brandão, proprietário da fazenda Olho d’Água dos Pires, pediu que o padre Joaquim Antônio de Siqueira Torres, por volta do ano de 1890, benzesse o local, para que os estranhos acontecimentos tivessem fim. Com o passar do tempo a tranqüilidade voltou então a reinar e o coronel Pires Brandão prometeu ao padre que iria mandar erguer um cruzeiro na extremidade da Serra do Olho d’Água. Todavia, seu desejo não foi concretizado em decorrência de sua morte repentina no ano de 1914.
O tempo foi passado, e hoje, o comerciante Ernesto Sávio Lopes de Carvalho, através de uma promessa sua, quando erigiu a bela imagem do Redentor na Serra do Olho d’Água, conseguiu também materializar a promessa do coronel José Pires Brandão, falecido há 106 anos atrás, que havia idealizado erigir naquele mesmo local um cruzeiro.
O simbolismo vai além da religiosidade. A imagem que abraça o visitante conquista a simpatia de todos.
Por: Valdir José Nogueira de Moura

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