
A PE-430, rodovia estratégica que liga a BR-232 ao Ceará, passando por São José do Belmonte, está em completo estado de abandono. Apesar de sua importância econômica, a estrada sofre com a falta de acostamento, sinalização e segurança viária, e se transformou em uma ameaça diária para quem precisa trafegar por ela.
Por essa rodovia circulam diariamente caminhões-tanque carregados de combustível, transportando produtos do Porto de Suape para as cidades do Cariri cearense. É uma das principais rotas de abastecimento entre o litoral e o Sertão nordestino — movimentando milhões em mercadorias e gerando impostos e receitas para o Estado de Pernambuco. Ainda assim, nem o fluxo econômico é suficiente para garantir atenção do Governo do Estado e do DER-PE.
Além da ausência total de acostamento, que coloca em risco qualquer tentativa de parada de emergência, a estrada também não conta com placas de sinalização, pintura de faixa ou defensas metálicas. Um pequeno erro pode ser fatal em curvas mal sinalizadas ou trechos estreitos sem espaço de recuo.
A situação é agravada pela deformação do asfalto, causada pela sucessiva e desastrosa operação tapa-buraco, que ao invés de melhorar a pista, criou verdadeiras lombadas irregulares. Essas elevações não sinalizadas geram perda de controle, danos a veículos e acidentes, especialmente com motociclistas e caminhões de carga pesada.
“Essa estrada movimenta riquezas, mas o que volta para o povo é o risco. Já vimos acidentes graves aqui. Não é buraco, é abandono institucional. E o que mais revolta é saber que o imposto está sendo pago e a estrada só piora”, denuncia um caminhoneiro que faz a rota entre Suape e Juazeiro do Norte.
A PE-430 não é uma rodovia secundária — é parte fundamental da engrenagem logística de Pernambuco. Mesmo assim, ela não recebe investimentos, não tem plano de recapeamento, nem manutenção adequada. O Sertão, mais uma vez, é tratado como rota de passagem e não como prioridade.
Enquanto a governadora Raquel Lyra percorre o Estado de helicóptero e se dedica à promoção de eventos festivos com dinheiro público, as estradas que geram riqueza e sustentam a economia do interior seguem esburacadas, perigosas e mortais.
A população de São José do Belmonte e de todo o Sertão clama por dignidade, respeito e ação imediata. Não se governa um Estado com discursos e palanques, mas com infraestrutura, compromisso e responsabilidade.

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