Jair Bolsonaro em carro de som durante ato de 7 de setembro na Avenida Paulista
PAULO LOPESAFP - 07.09.2021As manifestações deste feriado da Independência, nesta terça-feira (7), foram o maior ato de campanha eleitoral já realizado pelo presidente Jair Bolsonaro mirando a reeleição, em 2022, destaca o cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rodrigo Prando.
Para o especialista, temas como a pandemia da covid-19, a disseminação do vírus, o avanço dos preços de derivados do petróleo e alimentos deram lugar a novos ataques contra as urnas eletrônicas e outras narrativas eleitorais.
"De novo ele bate na tecla, muito bem preparada por ele de colocar em dúvida a lisura do processo eleitoral e aponta, de forma direta, os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, dizendo de forma muito clara que não vai mais obedecer 'àquele que açoita a Constituição'", afirmou Prando. "É uma posição política que leva o confronto ao limite", completou
De acordo com Prando, "quando se estica o tecido democrático, a tensão constante cria duas situações: ou de ruptura ou de esgarçamento". "Acho pouco provável que haja condições políticas de haver uma ruptura, mas o esgarçamento e prejuízo no médio e longo prazo às instituições, que estão, de fato, já comprometida", reforçou.
Segundo o cientista político, é preciso acompanhar os desdobramentos dos pronunciamentos, ainda que não esteja descartada a possibilidade de reações palpáveis pela classe política ou jurídica. Para Prando um dos pontos positivos para que não houvesse uma tensão maior das relações institucionais foi a falta de focos de violência, uma preocupação pela proximidade com grupos militaristas.
"Até o momento não há ato de violência, mas a violência simbólica e a violência retórica ela inflama, e o presidente é alguém muito capacitado para fazer isso", afirmou.
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