Adalberto Cavalcante fala sobre a falta de segurança no Estado de Pernambuco


O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Pela Liderança do Bloco, concedo a palavra ao Deputado Adalberto Cavalcanti. V.Exa. tem até 6 minutos, nobre Deputado.
O SR. ADALBERTO CAVALCANTI (Bloco/PTB-PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Boa tarde, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, venho mais uma vez a esta tribuna para tratar de um assunto de grande interesse dos moradores de Petrolina, de Afrânio, de Araripina, de Belém do São Francisco, de Cabrobó, de Dormentes e de outros Municípios do meu querido Estado de Pernambuco. Refiro-me à violencia, que naquele Estado está reinando. 
Para se ter uma idéia da gravidade do problema, somente no ano de 2016 ocorreram 3.689 casos de homicídios em todo o Estado, sendo 1.934 no interior e 1.755 na zona metropolina. De janeiro a dezembro de 2016, por exemplo, ocorreram 1.916 assaltos a ônibus, e, em 2017, até o dia 4 de setembro, já ocorreram 2.691 assaltos a ônibus. 
Já ocupei a tribuna em outras ocasiões batendo nessa mesma tecla, na esperança de ver o assustador quadro de violência mudar em meu querido Estado. Eu vou continuar a fazer isso, até que as autoridades tomem alguma providência efetiva no sentido de melhorar essa triste realidade.
A situação está insuportável. Na comparação dos quatro primeiros meses de 2016 com o mesmo período deste ano, é possível afirmar que houve um crescimento acumulado de 45% dos homicídios. 

Esse é um aumento brutal em apenas 1 ano, e isso ocorreu não só com esse tipo de delito; outros também se agravaram.
Considerando apenas os 4 primeiros meses de 2017, foram cometidos cerca de 41 mil crimes violentos contra o patrimônio, mais de 10 mil agressões domésticas contra a mulher, 641 casos de estupro e uma média de 18 assassinatos por dia. A sensação de insegurança dos pernambucanos é geral.
Ainda temos nesta lista, eu queria lembrar, o assassinato da menina de 7 anos cujo corpo foi encontrado em 2015, na sala de aula de uma escola privada e religiosa em Petrolina, onde deveria estar protegida e segura. Ela foi morta com 57 facadas! E até hoje, passados mais de 1 ano e 9 meses, este crime não foi desvendado, havendo até o momento somente um suposto retrato falado do criminoso.
Imagine só como devem estar se sentindo as famílias das vítimas da criminalidade. É claro que nada se pode fazer para reparar suas perdas e nem aliviar seu sofrimento. Entretanto, o Estado deveria solucionar esses crimes, prendendo os culpados, para dar ao menos uma satisfação aos familiares das vítimas e a todos os cidadãos de bem.
Além dos assassinatos e de todo tipo de violência, os assaltos a carros-fortes e a agências bancárias já se tornaram rotina em todo o Estado de Pernambuco.
Sr. Presidente, Sras. Srs. Deputados, já fui Prefeito por dois mandatos consecutivos, de 2001 a 2008. O Município faz parte da microrregião de Petrolina e também sofre com a falta de segurança reinante em todo o Estado.

Conheço bem a realidade e sei das dificuldades enfrentadas não só pelos petrolinenses, mas também pelos moradores de Afrânio, Araripina, Belém do São Francisco, Cabrobó, Dormentes, São José do Belmonte e de todo o Estado de Pernambuco.
Afrânio, por exemplo, tem hoje cerca de 20 mil habitantes, com economia e comércio fortes, como a bacia leiteira. Tem também um presídio na divisa entre Pernambuco, Bahia e Piauí. Isso atrai grande número de criminosos. 
A cidade conta com o mesmo número de policiais de 50 anos atrás, três policiais militares, dois civis, dispondo de apenas duas viaturas velhas e sucateadas para trabalhar. Desse modo, é impossível combater o crime, quando na realidade o contingente para atender ao Município de Afrânio seria de 13 policiais, conforme o contingente total do Estado, que hoje é de 19.348 policiais, de acordo com os dados apresentados pela revista Exame
Fiz várias solicitações de instalação de uma companhia militar em Afrânio, que poderia atender Dormentes, Santa Cruz, Santa Filomena e outras regiões. Infelizmente, apesar de pedir, rogar e quase implorar, até agora nada foi feito. Ficou só a promessa. 
Portanto, Sr. Governador Paulo Câmara, peço que V.Exa. tome providências com relação às estradas que estão abandonadas, tendo em vista que isso facilita a ação dos bandidos, quando os motoristas são obrigados a reduzir a velocidade por causa dos grandes buracos. Exemplo disso é a estrada que liga Afrânio a Dormentes, que está há mais de 2 anos aguardando obras de recuperação. Assim também estão as estradas que ligam Petrolina a Ouricuri, Santa Maria da Boa Vista, Parnamirim e tantos outros Municípios que estão carentes de recuperação. 
Estejam certos de que vou continuar cobrando providências Esse é um dos compromissos de meu mandato com a boa gente do Sertão de Pernambuco. 
Solicito a divulgação deste discurso nos meios de comunicação desta Casa e no programa A Voz do Brasil. Muito obrigado, Sr. Presidente. 
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, Deputado Adalberto Cavalcanti.

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