Alunos da Escola Manoel de Queiroz de São José do Belmonte foram selecionados no programa ganha o mundo

Júlio César Gomes da Cruz, Valéria Elen dos Santos e José Édson Izidoro dos Santos embarcam no próximo semestre. Fotos: Julio Jacobina/DP/D.A Press
Júlio César Gomes da Cruz, Valéria Elen dos Santos e José Édson Izidoro dos Santos embarcam no próximo semestre. Fotos: Julio Jacobina/DP/D.A Press

O adolescente Júlio César Gomes da Cruz, 15 anos, está entre os mais jovens do grupo a embarcar no PGM este ano. A pouca idade parece não impedir Júlio de saber o tamanho da responsabilidade em ser um embaixador do Brasil no Chile, para onde viajará no final deste mês. “Quero encontrar uma nova cultura, costumes diferentes do nosso para aprender e contar o que aprendi quando chegar no meu município”, planeja. Júlio também é morador do Assentamento Vida Nova, desapropriado pelo Incra, assim como Valéria. Filho de agricultores, hoje mora com mais dois irmãos. “Nem sempre tive nota boa na escola, mas estudei bastante e passei no intercâmbio”, comemorou.

Valéria Elen dos Santos, 16 anos, decidiu permanecer morando com uma tia desde criança. Foi a forma menos dolorosa que encontrou para superar os problemas com o alcoolismo da mãe. Estudante do segundo ano do ensino médio em São José do Belmonte e moradora do Assentamento Vida Nova, Valéria embarcará para a Argentina dentro do PGM. Por conta da desistência de outros alunos, terminou remanejada para a lista de intercambistas. Acostumada a arregaçar as mangas e ir para a roça ajudar a família desde criança, o embarque para o país de língua espanhola  é uma forma de escapar das consequências perversas do trabalho infantil. “Vou mostrar para os argentinos a cultura de São José do Belmonte, a história da Pedra do Reino”, planeja.

José Édson Izidoro dos Santos, 16 anos, morador do Assentamento Terra Nova, também em São José do Belmonte, embarca para o Chile junto com o colega Júlio César. Conta que entre os principais planos está aprender matérias não disponibilizadas nas escolas de Pernambuco. “Quero muito aprender coisas novas”, diz. Outra ideia de José é mostrar para os moradores do Chile pratos típicos do nosso estado. Assim como colegas de assentamento, o estudante também passou pela experiência do trabalho infantil. “Sinto no coração uma coisa boa quando ajudo meus pais”, reflete. O intercâmbio será uma oportunidade para José Édson ajudar seus pais de uma forma muito mais eficiente. Com mais anos de escolaridade, terá chances reais de obter uma vaga no mercado de trabalho com melhor remuneração, explicam especialistas.

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