Ex- governador José Muniz Ramos com Raízes belmontense


José Muniz Ramos com o livro "Entre Rezas e Bacamartes" do Escritor e historiador Valdir Nogueira de São José do Belmonte.


Algumas pessoas de São José do Belmonte ainda lembram do pleito estadual para deputado ocorrido em 15 de novembro de 1974 em todos os estados da Federação. Em Pernambuco, no município de Belmonte a disputa foi acirrada entre os candidatos pela ARENA José Muniz Ramos e Argemiro Pereira de Menezes. O primeiro apoiado pela família Carvalho e o segundo, já veterano, apoiado pela família Pereira. Ambos foram eleitos.

O homem, o advogado, o político, e uma história de vida firmada nos alicerces da coerência, da lealdade, do respeito as pessoas e, principalmente, a sua condição de homem público, José Muniz Ramos nasceu e cresceu na política, filho de Manuel Ramos de Barros e de Maria de Lurdes Muniz Ramos, o pai, do Partido Social Democrático (PSD), foi duas vezes prefeito de Araripina (1948-1952 e 1958-1962). O avô materno Francisco da Rosa Muniz, também foi prefeito nesse município. Os tios, Sebastião Muniz Falcão e Djalma Falcão, foram respectivamente governador de Alagoas (1955-1960) e deputado federal (1982-1986) e senador (1998-). 

Casado com dona Maria do Socorro Nogueira Muniz Ramos, José Ramos foi deputado estadual e governador, tendo assumido o governo de Pernambuco em 15 de maio de 1982 por ser o presidente na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco (ALEPE), após renúncia do então Governador Marco Maciel, que deixou o mandato para concorrer ao senado federal e do seu vice, Roberto Magalhães, candidato ao Governo do Estado de Pernambuco. 

José Ramos visitou Belmonte diversas vezes sendo sempre muito bem recepcionado pelos seus parentes. Foi hóspede  costumeiro de sua prima Luiza Lucas de Carvalho. Quando governador, José Ramos esteve em Belmonte no dia 26 de agosto de 1982 para inaugurar a Escola Dr. Walmir Campos Bezerra, conforme noticiou naquele dia o “Diário de Pernambuco”: “SÃO JOSÉ DO BELMONTE – Hoje, nesta cidade, o governador José Ramos e a secretária da Educação, Creuza Aragão, inauguram mais uma nova escola de primeiro grau completo, da primeira à oitava séries, que atenderá a mais de oitocentas crianças e jovens, dando-lhes inclusive iniciação profissionalizante.” Na ocasião ressaltou o governador: “desta vez é a comunidade sertaneja de São José do Belmonte que recebe uma moderna e bem equipada escola de primeiro grau, a Dr. Walmir Campos Bezerra, que por localizar-se numa área progressista, porém, carente de recursos, terá uma significação especial.”

Os avós paternos de José Ramos eram de São José do Belmonte, e durante o cruento conflito de Pereira e Carvalho nos primeiros albores do século passado o seu avô coronel Francisco Ramos Nogueira, o famoso tio Chico Ramos, resolveu se retirar do solo belmontense de acordo com o fato narrado a seguir:

“Tendo sido ameaçado mais de uma vez, às 4 horas da tarde do dia 2 de setembro de 1919 foi atacado o povoado de Bom Nome, no município de Belmonte, por um numeroso grupo de cangaceiros chefiados por Luiz Padre e Sebastião Pereira. Dias antes os ditos cangaceiros haviam incendiado diversas fazendas em Vila Bela onde foi travado forte tiroteio entre estes e a polícia, ocorrendo que na ocasião os cangaceiros fugiram em seguida, com destino a Belmonte, onde incendiaram a fazenda Boqueirão do coronel Francisco Ramos Nogueira, da família Carvalho. O coronel Chico Ramos, sendo assim conhecido, era casado com Maria Santina de Barros irmã do capitão Manoel Lucas de Barros (Né Lucas) político local. Chico Ramos era pai de Manoel Ramos, ex-prefeito de Araripina, e avô de José Muniz Ramos, ex-governador de Pernambuco. O prejuízo sofrido pelo coronel Chico Ramos Nogueira levou o mesmo a vender a sua propriedade e a se retirar definitivamente de Belmonte com a sua família para a cidade de Araripina, onde fixou residência.

Depois das depredações da fazenda Boqueirão, o grupo de cangaceiros atacou Bom Nome, onde houve forte e demorado tiroteio, na ocasião o capitão José Caetano entrou em ação e juntamente com a sua força ofereceu grande resistência aos bandoleiros, conseguindo estes romper o cerco em que foram envolvidos pela polícia e recuando em seguida no rumo do São Francisco. (Entre Rezas e Bacamartes...- Valdir Nogueira)


Valdir José Nogueira de Moura

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