Afirmando ser “amigo” de Dilma, Campos alfineta a economia do País
Se dizendo um “amigo e companheiro de grandes jornadas” da presidente Dilma (PT), o governador Eduardo Campos (PSB) não deixou de avaliar criticamente a atual situação do País. Após parabenizar os esforços do Governo Federal em investir em programas sociais, o socialista citou que ainda faltam ao Brasil ações que fortaleçam a economia nacional. “Não se vê mais o drama pessoal da fome, o desespero por comida, mas estamos assistindo algo que não conseguimos ainda proteger, que é a nossa economia”.
Para Eduardo Campos, o governo aprendeu a cuidar das pessoas através de ações direcionadas, mas esse é o momento – segundo ele – de aprender a fazer um só tempo, unindo desenvolvimento social com o econômico. “De aprender a proteger as pessoas, mas também a economia”, enfatizou. O governador fez questão de citar o “esforço federativo” de levar a Adutora do Pajeú até Serra Talhada e demais municípios. Mas disse que é preciso “olhar para o futuro” buscando saídas para um momento difícil que passa o País. “Precisamos buscar na nossa experiência de vida e formação política, os pontos que devem nos unir, para construir a saída deste momento duro”.
Ao final, Campos garantiu a Dilma que generosidade do povo de Pernambuco “jamais vai afetar a compreensão de Brasil” que, tanto ele, quanto a presidente possuem. “Pois aqui, presidenta Dilma, você tem um governador, mas também um companheiro e amigo”. No final do evento, Eduardo finalizou se auto-projetando um dos poucos que ajudou a acabar com a “pouca vergonha” que existia no estado quando a água servia como instrumento político de dominação para “muita gente atrasada”.
“Nós estouramos as cercas dos currais atrasados de Pernambuco. Tenho alegria de ser o governador que botou GPS nos carros pipas para firmar ações emergenciais como de direito e de cidadania. E é embalado por esses valores que aqui estou para dizer: seja bem vinda, volte sempre, Pernambuco lhe respeita”.
Dilma agradece a Duque, alfineta Eduardo e diz que vai avançar com propostas
Cerca de 6 mil pessoas – números divulgados pela presidência – compareceram ao Pátio de Eventos Valdemar de Oliveira, nesta segunda-feira (25), para ver de perto a presidenta Dilma Rousseff, que chegou a surpreender com a sua descontração. Dilma sorriu bastante, fez acenos e até soltou beijinhos e fez gestos de coração ao público. Satisfeita com a acolhida dos sertanejos, a presidenta fez questão de agradecer ao prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque. Ela foi recebida com gritos de “olê, olá, Dilma!”.
“Quero cumprimentar Luciano Duque, o nosso querido prefeito de Serra Talhada. Luciano, eu agradeço a você e a Eduardo Campos, esta recepção calorosa que recebo em Serra Talhada”, declarou Dilma, aproveitando para se dirigir às mulheres sertanejas. “Aproveito para cumprimentar com um beijo no coração às minhas companheiras mulheres”. Mas nem tudo foram flores no discurso da presidenta. Durante cerca de 50 minutos, Dilma fez um fala pautada no exemplo de vida do ex-presidente Lula, e não perdeu tempo para ‘alfinetar’ o governador Eduardo Campos (PSB), que se movimenta como pré-candidato a presidência da República.
“Nenhuma força política sozinha é capaz de dirigir este país com esta complexidade. Precisamos de parceiros. Precisamos que estes parceiros sejam comprometidos com este caminho”, fez lembrar Rousseff, falando bem próxima do governador. Referindo-se a Adutora do Pajeú, motivo da sua visita, a presidenta foi enfática: “O que estamos fazendo hoje em Serra Talhada deveria ter acontecido há um século atrás. A água é um dos direitos mais sagrados”.
A ORDEM É AVANÇAR
Alheia as intenções do governador socialista, Dilma declarou que pretende avançar com as políticas de combate a seca e já convocou os governadores para uma reunião sobre o tema, no dia 2 de abril. Ela assumiu compromisso de realizar investimentos tão logo termine a estiagem.
“O Governo Federal vai ter um programa de reconstituição de rebanho. Não sou de prometer. Sou de cumprir. Não iremos perder as conquistas nestes dez anos e vamos avançar com mecanismos de combate a seca de forma permanente”, finalizou a presidenta.
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